Demi’s POV
Acordei novamente encarando o quarto, Selena estava sentada
no pé da minha cama e se animou ao ver que eu tinha acordado.
_Demi, hoje eu trouxe um livro para você!_ Disse ela. Logo
que Selena passara a ser minha enfermeira eu não tinha muita diversão (não que
eu tenha agora) e, como a mãe dela é dona de uma biblioteca, Selena pega livros
para mim e quando acabo de le-los ela os leva novamente. Todos os livros têm
que passar por Simon, mas isso até que foi fácil, depois que descobrimos os
critérios dele. As únicas coisas que deixa passar são romances não violentos, como
os Clássicos de Sheakspeare, qualquer romance que não seja violento e que não
me informe do mundo. Esse era seu critério.
Antes de entrar aqui eu não gostava de ler, só o fazia por
obrigação, ou seja, livros que a escola me obrigava a ler. Porém essa era minha
única “diversão” e quando você só tem duas opções: ou ler, ou olhar alegramente as paredes, ler começa a
parecer uma coisa muito interessante e, quem diria, que a menina que odiava ler
se tornaria uma amante dos livros? Pois é ninguém nunca pensaria isso de mim.
Mas aconteceu.
E é claro que também tinha a minha hora preferida do dia,
bem de quatro vezes na semana, esses dias eram: Domingo, terça, sexta e sábado;
esses eram os dias que eu tinha três horas na sala do piano e as
vezez, além de tocar, também cantava. Isso trazia luz a minha vida. Sempre fora
amante da música, completamente viciada no piano e foram meses de luta para
conseguir uma hora no instrumento por semana. Com o passar dos anos fui
conseguindo mais tempo em minha sagrada fonte de luz à alma e, um dos motivos
da conquista foi que, quando eu tocava, não fazia bem apenas para mim, mas para
todos os pacientes.
Nos outros dias eu apenas lia, fazia minha consulta ao
psiquiatra e, muito raramente, podia comparecer às cessões de confraternização.
As outras atividades eram individuais, isso é, ou só com Selena ou com Selena e
um médico, como plantações e leitura (não, eu não podia nem ler sozinha).
Sorri para Selena pelo presente e fui avaliar a capa, era o clássico dos clássicos: Romeu e Julieta. Sorri com o presente, nunca o tinha lido por mais famoso que fosse.
_Obrigada _ sorri e agradeci a Selena.
_Por nada Demi, espero que nunca tenha lido..._ Ela disse e
neguei com a cabeça.
_Sel, quantas horas? Falta quanto tempo para eu ir tocar
piano? _ eu disse como uma criança quando está viajando e não para de perguntar
se já está chegando ao destino.
Selena riu da minha empolgação e disse:
_ Faltam duas horas. O que tocará hoje?
_ Não sei _ admiti preocupada _ Eu queria compor uma música,
a melodia dela pelo menos. Bem, eu já tenho a letra...
_ Posso ver? _ Questionou Selena e eu fiz que não com a
cabeça. Ninguém veria as minhas músicas, nem mesmo Selena. _ Tudo bem se não
quiser me mostrar, Demi.
_ Selena, o que se fazer em duas horas em um quarto? _ sim,
agora definitivamente estava sendo criança, mas não me importava.
_ Demi, calma. Quanto mais ansiosa você ficar pior vai ser.
Mais o tempo vai demorar a passar.
Quando Selena acabou a frase, Simon entrou no quarto com uma
injeção na mão, revirei os olhos mas não contestei nada, era pior quando
brigava... Por que me dar remédio para esquizofrenia, sendo que eu não era
louca?
Ele se aproximou com um sorriso, me encorajando, sentei na
cama e esperei ele enfiar a agulha no meu braço. Depois disso ele foi embora.
_ Sel, eles aumentaram minha dose de medicamento, sabe se
aumentaram os comprimidos também? _ perguntei. Era mais ou menos assim: eu
tomava a injeção uma vez por semana e comprimidos regulados, duas vezes por
dia.
_Acho que ainda não Demi. _ Selena respondeu.
_Selena, vou começar a ler Romeu e Julieta, para o tempo
passar, tudo bem?
_Claro Demi, se precisar de alguma coisa, estou sentada no pé
da sua cama _ disse ela.
Comecei a ler o livro e as letras começaram a se mexer,
pisquei e tentei me concentrar mas elas continuaram a se misturar, girando em
círculos na página. Balancei a cabeça e apareceu uma criança, por volta de uns
cinco, seis, anos de idade chamando meu nome. O pior foi que ela estava com
uma faca na mão. Essa criança queria me
matar. Joguei o livro no chão e a menina assassina saiu dele. Ela tinha
um sorriso maligno nos lábios e mexia a cabeça de forma demoníaca. Arregalei os
olhos e de um ato de desespero comecei a gritar. Não queria ser morta por essa
menina.
_ QUEM É VOCÊ? POR QUE QUER ME MATAR? PARA COM ISSO!!!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAA _ Será que gritando seria pior? Mais fácil dela me matar? Não sei, porém preferia gritar do que ficar parada.
Percebi que Selena falava alguma coisa, acho que ela ia
tentar matar a assassina, porém Selena veio atrás de mim, senti minhas
pálpebras pesarem e depois disso não lembro de mais nada.
(continua)
(Com dois comentários posto a segunda parte do capítulo, espero que tenham gostado.)
Uouuu,que fic intensa e incrivel...
ResponderExcluirSem palavras de tão boaaa,muito ansiosaaa pro proximooo,,,bju
Muito obrigada, e já postei a segunda parte. Espero que continue gostando.
ExcluirAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH POSTA ESSE KCT LOGO CAROL SOCORRO MORRENDO QUERO SABER OQ ACONTECEU!!se a demetria tomou o remédio pq ela viu essa menina??POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
ResponderExcluirmuch love, much love <3
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